A g n u s D e i

AÇÃO DE GRAÇAS
Autor: José Fernandes Vidal

Eram dez, dez miseráveis leprosos,
escória, imundície, desesperança,
mas Jesus que passava era a esperança
desses dez restos de homens andrajosos

Suplicavam da distância prescrita:
- De nós, Jesus, Mestre, tende piedade.
Miséria extrema apelando à piedade,
por sorte, de quem a tinha infinita.

- Ide e apresentai-vos ao sacerdote.
Como sempre, Jesus pedia a fé.
Penúria humana, lhes restava a fé,
e ao mandado obedeceram, por sorte.

Indo à caminho, ficaram curados,
tais como renascidos da impureza.
Grato, mas, Oh quanta indelicadeza!
apenas um retornou dos curados,

e posto aos pés do Mestre, agradecia,
alegremente bendizendo a Deus.
Esse não era nenhum dos judeus,
mas, sim, estrangeiro da Samaria.

E Jesus: - Onde estão os outros nove?
Os que ficaram sãos não foram dez?
Para dar glória a Deus, daqueles dez
só um samaritano se comove?

(Divina reprimenda à ingratidão,
do coração divino, rara mágoa.)

Eis do samaritano enaltecida
a ação de graças elevada a Deus,
porquanto, faz parte do amor a Deus
dar-lhe graças por toda nossa vida.